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Novo Governo promete pacificar o Jalapão/Por Goianyr Barbosa

*Por Goianyr Barbosa

Por Luís Poeta

23/11/2021 12:22h

A fala clara, transparente e resoluta do governador Wanderlei Barbosa na entrevista concedida ao programa Bom Dia Tocantins, da TV Anhanguera, no último dia 08, atinente à concessão do Parque do Jalapão, fez brilhar um facho de luz e de esperança sobre o território jalapoeiro, o qual vinha sendo ameaçado por um projeto intempestivo, com regras inequivocamente duvidosas e obscuras, capaz, dentro do seu escopo, de levar ruínas econômicas e ambientais aos seus habitantes e à natureza formoseada por Deus. Na ocasião, interrogado pela qualificada apresentadora Jocyelma Santana, acerca da cessão, o governador não fez rodeios: “Todos os projetos de concessões não foram discutidos da maneira transparente. Tem que haver uma ampla discussão, respeitando, obviamente, a vontade e os direitos das populações impactadas”, garantiu. Na verdade, o formato como vinha sendo conduzido pelo governo anterior, ou seja, vago, obscuro, atropelando etapas, com boicotes à participação das comunidades deixava, muito evidente que a outorga do Parque representava um grande risco de prejuízos irreversíveis tanto às questões econômicas das populações como nos efeitos impactantes sobre os atrativos naturais.

Retornando à entrevista do dia 08, há uma promessa pública do governador de só prosseguir com o projeto de cessão do Parque do Jalapão, se houver o aval expresso da população das cidades que estão no circuito do projeto e dos empresários que estão diretamente ligados à região nas atividades turísticas. Segundo ele, “Não farei concessão sem consultar a população, os empresários, ou melhor, a concessão só será retomada em sintonia com o que pensa o povo, os empresários, os donos de agências que prestam serviços lá”, reforçou. Lembrando que, logo em seguida a entrevista do governador, um secretário que prestou assessoria ao projeto no governo anterior foi ao Jalapão e, imprudentemente, promoveu uma reunião desastrosa, a qual causou revolta entre os representantes do movimento que não aceitam o licenciamento do Parque. De acordo com um vídeo, que viralizou nas redes, na ocasião, as justificativas do secretário de Parcerias e Investimentos, José Humberto, só irritaram os presentes, não os agradaram em absolutamente nada. Em suma, apesar desse contratempo, a fala inoportuna do secretário não reflete o compromisso e a linha de pensamento do novo governo, em relação à cessão do Parque.

Pesquisas já disseram não à concessão

Em setembro último, uma pesquisa realizada pelo Ipepe, coordenada por este jornalista, revelou que nas três cidades pesquisadas, ou seja, Ponte Alta do Tocantins, Mateiros e São Félix, onde estão os principais monumentos turísticos, os índices de rejeição à proposta de cessão do Parque são elevadíssimos, fundamentando que, se o governador Wanderlei for mesmo tomar uma decisão pela vontade popular, dos líderes de associações e pequenos empresários que têm carregado o turismo nas costas, sem até então o apoio do Estado, o novo governo terá que suspender todas as iniciativas e tratativas do governo passado, e começar um novo formato de concessão, o qual poderia ser gerido pelas associações ou mesmo pelo Consórcio de Prefeitos. De modo que, em vez de os recursos serem administrados e abocanhados por empresários acostumados nas mamatas do dinheiro público, nesse caso o financiamento pelo BNDS, os recursos ficariam no território jalopoeiro, com os lucros sendo investidos na infraestrutura do Jalapão e na melhoria de vida de um povo segregado há séculos pelos poderes públicos. Por outro lado, Wanderlei entraria para a história de um povo secularmente marginalizado, sendo, evidentemente, reconhecido por trazer algo inovador e reparador de injustiças sociais. Em resumo, esse formato é o que vem sendo defendido e abraçado pelos que querem um Jalapão livre, não sendo fazenda de ninguém.

Conforme o estudo realizado em setembro, em Ponte Alta do Tocantins, 78.57% dos entrevistados disseram não à concessão, ao passo que 7.14% sinalizaram favoráveis e 14.29% não opinaram. Já no quesito avaliação de governo, 63.64% deram nota de péssimo e ruim para o governo de Mauro Carlesse, enquanto 28.18% achavam o governo ótimo ou bom e 14.29% não quiseram responder. Por sua vez, em Mateiros, o centro mais importante do turismo na localidade, 71.3% afirmaram ser contrários à outorga do Parque, ante 18.52% serem favoráveis e 10.19% que não emitiram opinião. Na consulta em questão, o governo Mauro Carlesse contava com reprovação governamental de 80.55% dos mateirenses nos conceitos péssimo e ruim, contra uma aprovação de 13.89% de ótimo e bom. Apenas 5.56% não quiseram ou não souberam opinar. Por fim, em São Félix, quartel-general do governo, com propaganda de estradas, aeroporto para pousos internacionais, festa do frango na melancia, nada disso fez o povo seguir o governo, pois 73.64% se declararam contrários a ida do Parque às mãos de terceiros, com apenas 15.45% sancionando o projeto e 10.91% não opinando. Já na avaliação governamental, Carlesse detinha 63.64% de ruim e péssimo, com aprovação 28.18% de ótimo e bom. Enfim, um governo de conceito democrático e plural, jamais toma decisões sem antes ouvir o povo, e põe em ação aquilo que emana da vontade popular.

*Goianyr Barbosa é jornalista e consultor político