Falece Antônio Alves de Sousa, um dos torturados por militares na época da Guerrilha do Araguaia, em Xambioá
Antônio Precatão, como era conhecido, foi uma das testemunhas mais atuantes na elucidação da história da Guerrilha do Araguaia na região
Faleceu aos 84 anos de idade em Xambioá, no Norte do Tocantins, Antônio Alves de Sousa, conhecido como “Precatão” um histórico morador de Xambioá, apoio forte dos combatentes no Araguaia em prol da democracia e dos direitos da comunidade rural na época da ditadura militar que castigou a região com as atrocidades do regime que humilhou, denegriu e torturou a população do Baixo Araguaia.
Antônio Precatão era, na época jovem, possuía uma propriedade rural na região da Bacaba/PA, onde cultivava mandioca, feijão, fava, hortaliças para consumo próprio, criava porcos e galinhas.
Na época da Guerrilha do Araguaia conviveu amistosamente com alguns dos “paulistas” como eram chamados os Guerrilheiros do Araguaia que se instalaram na região e devido a essa aproximação, foi duramente torturado, cruelmente estigmatizado como terrorista e ao ser preso sofreu as atrocidades do regime militar.
Durante muitos anos ficou em silencio sobre o que havia sofrido na base militar de Xambioá, com medo de represálias dos militares, no entanto resolveu quebrar o silêncio e falar sobre o que havia acontecido, detalhando com precisão as torturas que os oficiais da época havia feito contra ele e seus companheiros, muitos deles já falecidos como o Senhor Beca, Zé Novato, Léo (Boca de Burro) e outros que como ele foram presos simplesmente por serem amigos dos guerrilheiros.
A Prefeita de Xambioá Patrícia Evelin emitiu nota de pesar pelo falecimento de Antônio Precatão.
NOTA DE PESAR: Antônio Alves de Sousa
Recebemos com imensa tristeza a notícia do falecimento do histórico morador de Xambioá, Antônio Alves de Sousa, conhecido por Antônio Precatão.
O senhor Antônio foi um dos camponeses que conviveu com os ‘paulistas’ na época da Guerrilha do Araguaia e por isso chegou a ser torturado e ter direitos cerceados por longos anos. É um dos símbolos da resistência contra a tortura em nossa região. Colaborou com diversas pesquisas, realizou diversos debates como uma das importantes personalidades da luta pela elucidação da história da Guerrilha do Araguaia.
Externamos nosso sentimento de pesar nessa hora triste e rogamos ao Pai Celestial que conceda aos amigos e familiares conformação nesse momento de dor.
Patrícia Evelin
Prefeita de Xambioá
