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Camponeses de Wanderlândia relembram os 37 anos do assassinato de Padre Josimo

Ângelo Bruno, escritor, imortal da Academia de Letras de Araguaína escreveu emocionante poema sobre o Padre que, covardemente assassinado aos 33 anos de idade, se tornou o Mártir da Terra

Por Luís Poeta

10/05/2023 15:30h

Nesta quarta-feira, 10, o martírio do Padre Josimo Moraes Tavares completa 37 anos, um crime que aconteceu à mando do latifúndio que não queria ver os agricultores familiares difundirem seu trabalho para o sustento das suas famílias.

O poeta, escritor e religioso Católico, imortal fundador da Academia de Letras de Araguaína Ângelo Bruno, carinhosamente chamado de Irmão Ângelo lembrou a morte de Josimo com um belíssimo poema.

PADRE JOSIMO

Dez de maio de 1986, segundo domingo do mês das flores, de Maria e ... das Mães.

Festa em que todos comemoram no aconchego da igreja doméstica, as suas queridas mães. 

Para dona Olinda foi um dia triste, porque o único filho, o arrimo de sua vida, foi barbaramente morto.

Hoje trinta e sete anos se passaram, a memória do Padre Josimo está eternizada como Patrono da cadeira n°. 03 da Acalanto na esperança que um dia possa ser visto na "glória do Bernini ", reconhecendo que sua vida foi um raio vivo da bondade de Deus. 

Então poderemos invocar: 

Padre Josimo, mártir da terra, intercedei por nós!

Por enquanto vamos torcer e esperar.

Angelo Bruno|Angelo Bruno é imortal da Acalanto, cadeira 03 que tem como Patrono o Padre Josimo Morais Tavares

O assassinato do padre aconteceu em Imperatriz, na sede da Comissão Pastoral da Terra, órgão coordenado pelo sacerdote católico, era sábado, véspera do dia das mães, aproximava-se o meio dia quando com dois tiros o pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa, feriu Josimo que caiu nas escadarias da entidade.

Duas mulheres tentaram socorrer o padre a professora Maria Perpétuo Socorro Oliveira Marinho e Maria do Amparo Gomes Cardoso ampararam o mártir, no entanto duas horas depois, aos 33 anos de idade, tombava o “Padre Negro de Sandálias Surradas”.

Sua morte é uma das páginas mais emblemáticas na história da luta pela terra e pelo trabalho, pois marca com sangue o momento de conquistas dos pequenos produtores.

Memória vivaCamponeses de Wanderlândia relembram os 37 anos do assassinato de Padre Josimo

Atualmente seu nome está em Praças, ruas, avenidas, escolas, acampamentos rurais, comunidades eclesiais e ainda está presente a sua resistência contra a expropriação dos latifúndio contra os pequenos agricultores.

Diversas teses, monografias e dissertações acadêmicas foram escritas sobre a morte do padre, que nada mais queria, além da divisão justas das terras para os pequenos agricultores que já estavam no local, antes chegada dos grileiros que queriam tomar o único sustento dos agricultores.

Em Wanderlândia, onde foi pároco os camponeses fizeram o ritual da partilha, que aconteceu na Praça Pe. Josimo, as pessoas levaram pães, bolos, cuscuz, salgados, farofas, café, sucos, leite, chá e frutas para celebrarem a comunhão da convivência que tiveram juntamente com mártir, tido como homem simples e justo que defendia as pessoas indefesas.