Camponeses de Wanderlândia relembram os 37 anos do assassinato de Padre Josimo
Ângelo Bruno, escritor, imortal da Academia de Letras de Araguaína escreveu emocionante poema sobre o Padre que, covardemente assassinado aos 33 anos de idade, se tornou o Mártir da Terra

Nesta quarta-feira, 10, o martírio do Padre Josimo Moraes Tavares completa 37 anos, um crime que aconteceu à mando do latifúndio que não queria ver os agricultores familiares difundirem seu trabalho para o sustento das suas famílias.
O poeta, escritor e religioso Católico, imortal fundador da Academia de Letras de Araguaína Ângelo Bruno, carinhosamente chamado de Irmão Ângelo lembrou a morte de Josimo com um belíssimo poema.
PADRE JOSIMO
Dez de maio de 1986, segundo domingo do mês das flores, de Maria e ... das Mães.
Festa em que todos comemoram no aconchego da igreja doméstica, as suas queridas mães.
Para dona Olinda foi um dia triste, porque o único filho, o arrimo de sua vida, foi barbaramente morto.
Hoje trinta e sete anos se passaram, a memória do Padre Josimo está eternizada como Patrono da cadeira n°. 03 da Acalanto na esperança que um dia possa ser visto na "glória do Bernini ", reconhecendo que sua vida foi um raio vivo da bondade de Deus.
Então poderemos invocar:
Padre Josimo, mártir da terra, intercedei por nós!
Por enquanto vamos torcer e esperar.
Angelo Bruno|Angelo Bruno é imortal da Acalanto, cadeira 03 que tem como Patrono o Padre Josimo Morais Tavares
O assassinato do padre aconteceu em Imperatriz, na sede da Comissão Pastoral da Terra, órgão coordenado pelo sacerdote católico, era sábado, véspera do dia das mães, aproximava-se o meio dia quando com dois tiros o pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa, feriu Josimo que caiu nas escadarias da entidade.
Duas mulheres tentaram socorrer o padre a professora Maria Perpétuo Socorro Oliveira Marinho e Maria do Amparo Gomes Cardoso ampararam o mártir, no entanto duas horas depois, aos 33 anos de idade, tombava o “Padre Negro de Sandálias Surradas”.
Sua morte é uma das páginas mais emblemáticas na história da luta pela terra e pelo trabalho, pois marca com sangue o momento de conquistas dos pequenos produtores.
Memória viva
Atualmente seu nome está em Praças, ruas, avenidas, escolas, acampamentos rurais, comunidades eclesiais e ainda está presente a sua resistência contra a expropriação dos latifúndio contra os pequenos agricultores.
Diversas teses, monografias e dissertações acadêmicas foram escritas sobre a morte do padre, que nada mais queria, além da divisão justas das terras para os pequenos agricultores que já estavam no local, antes chegada dos grileiros que queriam tomar o único sustento dos agricultores.
Em Wanderlândia, onde foi pároco os camponeses fizeram o ritual da partilha, que aconteceu na Praça Pe. Josimo, as pessoas levaram pães, bolos, cuscuz, salgados, farofas, café, sucos, leite, chá e frutas para celebrarem a comunhão da convivência que tiveram juntamente com mártir, tido como homem simples e justo que defendia as pessoas indefesas.