Aguarde, carregando...

SUPERAÇÃO: jovem ananaense vence o câncer de mama com apoio da família e amigos

Por GILVAN BALBINO CALÇADOS

14/08/2019 03:00h

Por Michelle Brasil

 

“Por que eu?” Esse foi o primeiro pensamento que passou pela cabeça de Silvane Rodrigues de Oliveira, de 38 anos, quando foi diagnosticada com câncer de mama em outubro de 2017.

A reação dela à doença, no primeiro momento, foi de tristeza, negação e medo. 18 meses depois e curada, ela divide a experiência que passou e a esperança da melhora com outras mulheres pelas redes sociais.

SUPERAÇÃO:  jovem ananaense vence o câncer de mama com apoio da família e amigos

Em outubro de 2017, a jovem ananaense percebeu algumas mudanças em seu corpo, como perda de peso e dores constantes no braço que foram intensificando ao ponto de lhe impedir de fazer alguns movimentos rotineiros, como pegar um objeto que estivesse no alto de uma prateleira por exemplo.

Preocupada, Silvane suspeitou que pudesse está com alguma alteração nos seios e por isso resolveu fazer o autoexame da mama em sua casa. A jovem sentiu um nódulo em um dos seios, foi aí que ela decidiu procurar imediatamente ajuda de um médico, o qual solicitou a paciente que fizesse urgentemente uma ultrassonografia da mama, que não substitui a mamografia (principal exame preventivo para câncer de mama), mas que é considerado também muito importante na detecção de alterações mamárias variadas (nódulos, cistos e etc). 

Para a tristeza e desespero de Silvane e sua família, na ultrassonografia, foi identificado a presença de cinco nódulos. Mas para obter um diagnóstico mais concreto, ela procurou o auxilio de um mastologista, que é o médico especializado em mamas.

Um período de ansiedade marcou a espera pela biópsia que diria se o nódulo era benigno ou maligno. Os resultados das três primeiras biopsias não foram conclusivos e apenas na quarta biópsia saiu o resultado que ninguém gostaria de receber.  O mastologista confirmou o diagnóstico da doença, informando a Silvane que ela tinha um carcinoma invasivo, ou seja um tipo comum de câncer de mama que se inicia em um ducto mamário. O mastologista também buscou confortá-la dizendo que havia tratamento e cura para o câncer de mama, porém era necessário que ela buscasse ter paciência, fé e coragem.

Para enfrentar o câncer, Silvane contou com o apoio importantíssimo da família e dos amigos, que sempre estiveram ao lado dela.

Fragilizada, mas com esperança, Silvane partiu corajosamente para Barretos - SP em busca de tratamento deixando pra trás aqueles que ela mais amava (sua família), mas era necessário para obter a cura. 

Sua irmã Simone foi uma das pessoas que mais lhe deu apoio nesse momento delicado. Praticamente abandonou o seu trabalho e a sua casa para está ao lado de Silvane em Barretos.

Simone comovia todas as pessoas nas redes sociais com os vídeos motivacionais que gravava para sua irmã, demonstrando o quanto acreditava na cura da jovem. Uma corrente de oração foi realizada pelos moradores de Ananás e de outras cidades em prol da restauração da saúde de Silvane.

Foram dois meses de exames, para depois iniciar o tratamento com quimioterapia e radioterapia que causaram em Silvana alguns efeitos colaterais: perda de cabelo, náuseas, perda de peso e até dores. Mas antes de realizar as sessões de quimioterapia e radioterapia foi necessário fazer uma cirurgia  (denominada quadrantectomia) para remover os nódulos ou o quadrante da mama.

Silvane não esconde o quanto foi difícil e doloroso. “Busquei ser uma pessoa forte durante o tratamento, pois tinha o apoio incondicional da família e dos amigos. Mas confesso que me batia um desespero, uma sensação de tristeza, angustia, solidão por está longe dos meus filhos. O medo era tão grande! Desmoronei várias vezes, mas agradeço a Deus e a cada mão que me segurou nessa jornada difícil, tornando assim, minha caminhada mais suportável e agradável”.

SUPERAÇÃO:  jovem ananaense vence o câncer de mama com apoio da família e amigos   

Em seu relato, Silvane chama atenção para a importância de ter descoberto a doença cedo através do autoexame da mama, que é considerado o primeiro passo para perceber alterações nas mamas. O autoexame mamário não garante o diagnóstico precoce da doença e não substitui os exames de rotina realizadas com os ginecologistas e com o mastologista, mas pode ser o primeiro sinal de alerta.

“É importante fazer o autoexame. O diagnóstico precoce, ainda é a maior arma para diminuição da mortalidade pelo câncer de mama. Independente da idade, todas as mulheres devem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A mulher precisa se observar para estar atenta a qualquer mudança no seio. Caso ache algo estranho, é importante procurar um mastologista. O autoexame não é um método diagnóstico e não substitui a visita ao ginecologista e ao  mastologista, mas pode ser o primeiro sinal de alerta” ressaltou Silvane.

SUPERAÇÃO:  jovem ananaense vence o câncer de mama com apoio da família e amigos

Depois da cura, Silvane finalmente voltou para sua casa em Ananás e foi recebida com flores, festa e muito amor por sua família e amigos.

A jovem que travou uma batalha árdua contra o câncer e venceu, viu aos poucos a sua vida voltar ao normal. Ela conta que o pior já passou e o que ficou foi um belo exemplo de vida, pois às vezes é necessário viver situações extremas para perceber o quanto a vida é preciosa e como é gratificante lutar por ela. Para Silvane a vida deve ser vivida com amor, paz, coragem, humildade, esperança e fé em Deus.  

Em uma postagem emocionante publicada no facebook nesta segunda-feira (12), Silvane agradeceu a Deus e a todas as pessoas que lhe ajudaram a vencer a batalha contra o câncer.

“Gratidão porque até aqui me sustentou o senhor.  Em outubro de 2017 eu recebi uma notícia mas desconsoladora da minha vida, quando meu mastologista olhou firme nos meus olhos e disse que eu estava com câncer. Câncer? Palavras que já era tão temida é difícil de ser pronunciada. Imediatamente me veio na mente o rostinhos dos meus filhos, tão dependentes de mim. E meus pais? Minha família? Como dizer a eles? Eu não tinha o direito de partir é deixá-los não agora...! Então me recompus é ainda meio zonza sair do consultório. Por dias me vinham a mente as palavras do médico de que havia tratamento e cura. Mas que teria de ter paciência e dar um passo de cada vez, pois seria um tratamento longo e doloroso. Parti pra uma viagem longa em busca da cura, deixando pra trás aqueles que eu mas amava, mas era necessário. Hoje, passados mas de 18 meses do diagnóstico passando por quimioterapia e cirurgia e radioterapia não acredito que consegui embora com passo lentos caminhar tanto. E o mais importante, tornar minha caminhada suportável e agradável Sinto gratidão por cada passo que dei. E por cada mão que me segurou nessa caminhada. Mãos essências para que eu continuasse firme na luta pela vida. Mãos que me seguraram quando desmoronei. Mãos que enxugaram minhas lágrimas quando eu chorei. Se chorei? E como. Chorei de medo. Chorei de dor. Chorei de solidão longe dos meus filhos. Chorei de decepção. Chorei por tudo que me impedia de sorrir. O riso por sinal acalma a alma. Por isso nunca o abandonei me mantive feliz firme e com fé nessa longa caminhada. Foi um tratamento muito difícil. Senti enjoos inimagináveis, perdi os cabelos, as sobrancelhas os cílios e o paladar. Senti medo das agulhadas. Senti fraqueza. Medo como eu senti medo. Mas logo Deus me amparava em seu colo e acalmava meu coração. Sou tão grata a Deus. Sou tão grata aos anjos que ele me enviou...! Sei que a caminhada ainda não terminou. Mas hoje já não sou mais aquela que iniciou o tratamento. Me readaptei. Me reinventei. Me modifiquei. Readaptei minha rotina. Hoje posso ver o nascer do sol... Sair para caminhar e sentir a brisa no rosto. Passei a me amar mais. Modifiquei prioridades e sentimentos. Hoje coleciono apenas bons momentos. Desapeguei das manias, desatei nós e criei laços. Passei a curtir a rotina da paz e do amor próprio, parei de viver pra fora e comecei a ser feliz por dentro. Câncer tem cura e a Deus sou grata todos os dias por ter me dado uma segunda chance. Hoje estou muito feliz. Acabou”, finalizou Silvane.

 

Sobre o Câncer de Mama

O câncer de mama é o 2º câncer mais comum nas mulheres, só perde para os cânceres de pele não melanoma. O número de casos cresce entre 5 a 10 % ao ano. Mas quando diagnosticado precocemente a chance de cura é de 95%, já quando descoberto mais tarde essa taxa cai para 50%.

Ele é relativamente raro antes dos 35 anos. Acima desta idade, sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.

O câncer de mama é prevenível por fatores biológicos pessoais através de uma vida saudável. O aumento da incidência está relacionado ao envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo.

O diagnóstico precoce é fundamental. Isso porque o câncer de mama metastático pode ocorrer em decorrência da evolução de um câncer de mama detectado e tratado em estágio anterior ou em função do diagnóstico tardio da doença. A realização anual da mamografia para mulheres a partir de 40 anos é importante para que o câncer seja diagnosticado precocemente.

O autoexame é muito importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e perceba com facilidade qualquer alteração nas mamas e assim procure rapidamente um médico. Vale lembrar que o autoexame não substitui exames como mamografia, ultrassom, ressonância magnética e biopsia, que podem definir o tipo de câncer e a localização dele.

O câncer de mama tem pelo menos quatro tipos mais comuns e alguns outros mais raros. Por isso, o tratamento não deve ser padrão. Cada tipo de tumor tem um tratamento específico, prescrito pelo médico oncologista. Entre os tratamentos estão a quimioterapia e radioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia.

Fatores psicológicos também podem influenciar no tratamento da doença. A religiosidade, espiritualidade, autoestima, vida social, apoio de familiares e amigos estão ligados diretamente sob o modo como o paciente encara a doença.

 

SUPERAÇÃO:  jovem ananaense vence o câncer de mama com apoio da família e amigos