Ruraltins coleta mais de 20 mil sementes em ação na região da Ilha do Bananal

Além do Mutirão do Agrocrédito às comunidades indígenas da Ilha do Bananal visando o desenvolvimento de projeto de bovinocultura, outra equipe do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) percorreu a região para a coleta de sementes nativas para a implementação dos projetos Restaura-TO e da Missão Burle Marx - Coleta de Germoplasma Vegetal Nativo do Tocantins. As coletas ocorreram nos municípios de Lagoa da confusão, Caseara, Marianópolis e Pium, entre os dias 17 e 19 de agosto.
As coletas na região da Ilha do Bananal foram feitas em áreas de Cerrado, floresta, pastagens e na zona urbana dos municípios. No total, foram coletadas cerca de 20 mil sementes de dez espécies: Jatobá-da-mata, Cabeça-da-arara, Ipê-roxo, Cinzeiro, Garroteiro, Cajuzinho-do-cerrado, Mutamba, Mirindiba, Folha-seca e Jatobá-de-areia.
“Essas sementes serão destinadas à produção de mudas, semeadura direta em áreas degradadas, instalação de módulos produtivos de recuperação e doação para produtores rurais”, explicou o engenheiro florestal do Ruraltins, Ricardo Haidar.
“Na ação também foram extraídas partes vegetativas como raiz e parte aérea de duas espécies, a Bananeira-brava e a Helicônia-papagaio, típicas do sub-bosque de ambientes de mata ciliar. Ambas possuem elevado potencial para o paisagismo de áreas urbanas e rurais, devido beleza das folhagens e floração”, completou o engenheiro florestal.
Para a preservação, restauração e recuperação de áreas degradadas, bem como a implantação do projeto de paisagismo urbano, o Ruraltins tem implantado o Banco de Germoplasma, onde são preservadas por meio de identificação e caracterização mais de 300 mil sementes nativas de cerca de 60 espécies.
Projetos
O projeto Missão Burle Marx, intitulado pelo nome do paisagista Roberto Burle Marx, que queria tornar o mundo em um jardim, é uma iniciativa nova do Governo do Tocantins, e terá como propósito principal a preservação da biodiversidade, por meio do paisagismo urbano, e recuperação de áreas degradadas com espécies nativas.
Já o Restaura-TO, desenvolvido desde 2017 pelo Ruraltins em parceria com diversas instituições, tem como foco as restaurações ecológica e econômica de áreas degradadas e alteradas no Tocantins, por meio do uso racional da flora e da cobertura de vegetação nativa.
Mutirão do Agrocrédito
Com a finalidade de propor projeto que possibilite aos povos indígenas o acesso ao crédito e investimento no seu próprio rebanho, o Ruraltins levou às comunidades indígenas das aldeias Boto Velho (Javaé) e Lankraré (Krahô-Kanela), na região da Ilha do Bananal, o Mutirão do Agrocrédito.
Esta iniciativa visa, além de apresentar as propostas, realizar um levantamento de informações técnicas para elaboração de projeto que será posteriormente apresentado ao banco para o acesso ao recurso. “O objetivo deste levantamento é propor projetos que possibilitem, aos povos indígenas, o acesso ao crédito rural, pela linha do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura] Mais Alimentos, para que eles adquiram seu próprio rebanho e possam atender suas necessidades referentes à alimentação e à geração de renda”, explicou o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ruraltins, Marco Aurélio Gonçalves Vaz.
Crédito pré-aprovado é de R$ 500 mil nesta primeira etapa pelo Pronaf, via Banco da Amazônia, para atender as comunidades indígenas. Já o limite disponível será de R$ 45 mil a cada projeto específico.