Nova Versão sobre a Guerrilha do Araguaia é abordada em apresentação junina em Xambioá

Com o tema “No Meu Araguaia uma Guerrilha não contada” um grupo junino (Junina Babaçuá de Xambioá) aborda um tempo bastante rico, obscuro e polêmico nas linhas do tempo que é uma parte da história da Guerrilha que poucos conhecem, embora seja altamente contestada que é a suposta paixão de Robson, um militar por Áurea que foi uma das mais ativas guerrilheiras do Araguaia.
As três operações papagaio, sucuri e marajoara são abordadas também nesse tema.
O tema foi extraído do Borboletas e Lobisomens - Vidas, Sonhos e Mortes dos Guerrilheiros do Araguaia do jornalista Hugo Studart, que é bastante contestado por quem conhece a história da Guerrilha do Araguaia, sobretudo para os pesquisadores do assunto.
Polêmica
O militar teria sido destacado para executar Áurea, mas, segundo Studart, se apaixonou por ela. O relato conta, de forma romântica, a história dos minutos anteriores à execução da combatente.
Para Criméia Alice Schmidt de Almeida, que também fez parte da guerrilha e hoje atua na Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, trata-se, na verdade, de um relato de estupro.
“Uma prisioneira condenada à morte não vai se apaixonar e beijar o seu assassino. Eu leio aquilo como estupro”, afirmou Criméia. Segundo ela, Studart “não pode enaltecer os militares, então ele difama os opositores, porque aquilo ali nem história da Carochinha é. Não dá para acreditar naquilo”.
Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia foi uma tentativa de ação revolucionária comunista no Brasil que transcorreu entre 1967 e 1974, na região conhecida como “Bico do Papagaio”, situada na fronteira entre os estados do Pará, Maranhão e Tocantins (então Goiás). A guerrilha levou esse nome pelo fato de essa região ser entrecortada pelo rio Araguaia.
A época do seu desenvolvimento foi a do Regime Militar, instaurado em 1964 com o golpe de 31 de março, embora as raízes ideológicas de seu planejamento remontem ao início dos anos 1960.
Os membros da Guerrilha do Araguaia eram vinculados ao PC do B (Partido Comunista do Brasil), partido revolucionário dissidente do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro). O objetivo dessa estratégia era instaurar um estado de “guerra popular prolongada” na região Norte do Brasil e, a partir disso, tentar tomar o poder no país.
Organização
De acordo com Fagner Araújo, um dos organizadores do evento, “as personagens marcantes desse movimento são lembradas nesse palco como a Baiana Dinalva Oliveira Teixeira (Dina/Jaqueline Tavares) e Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão/Ian Melo Silveira).
O organizador destaca que “o tema foi escolhido com muita cautela, pois ainda é um assunto que amedronta muita gente na região, pela obscuridade do assunto.”
Recursos
Os recursos para a realização da ação são oriundos do Edital de Chamamento Público da Prefeitura Municipal para a realização de atividades culturais no âmbito da Lei Aldir Blanc que destinou valores financeiros no final de 2020 para que artistas e grupos sociais ligadas a cultura realizassem apresentações culturais e com isso permaneçam em atividade, durante o período de pandemia do novo coronavírus.
A apresentação acontecerá às 20h desta quarta-feira, 14 de julho, no canal Canal Iury Gaspar pode ser acessado pelo link https://youtu.be/T0YGhX_DF_g