Moro recua e agora se opõe a federalizar caso Marielle
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro Foto: José Cruz/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, mudou de opinião e passou agora a se opor à federalização das investigações do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em documento sigiloso obtido pelo Estado, o ministro defende prestigiar o entendimento dos familiares de Marielle, que são contrários à transferência do caso.
A manifestação da pasta comandada por Moro subsidia o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que se manifestou contra retirar a apuração das mãos das autoridades do Rio.
Marielle foi assassinada a tiros no centro do Rio, em um caso que aguarda solução há quase dois anos. Na véspera de deixar o cargo, em setembro do ano passado, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a federalização das investigações, sob a alegação de que deixar o inquérito com a Polícia Civil do Rio podia gerar "desvios e simulações". O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não decidiu se aceita o pedido.
Em entrevista na noite desta segunda-feira ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Moro comentou sobre as críticas de familiares de Marielle a uma possível federalização do caso. "(Os familiares) Levantaram, de uma forma não muito justa, que a ideia de federalizar era para que o governo federal, de alguma forma, obstruísse as investigações, o que era falso.
Foi o próprio governo federal, com a investigação na Polícia Federal, que possibilitou que a investigação tomasse o rumo correto", disse Moro. "O governo não tem nenhuma intenção de proteger os mandantes desse assassinato." (Terra)