Dois acusados de matar advogado por herança de R$ 7 milhões serão levados a júri popular após cinco anos
Crime aconteceu em 2017 e quatro pessoas respondem por homicídio triplamente qualificado e formação de grupo de extermínio. Júri popular está marcado começar às 8h no Fórum de Araguaína.

O julgamento de dois réus pelo assassinato do advogado Danilo Sandes está marcado esta terça-feira (20) em Araguaína, no norte do Tocantins. O crime aconteceu em 2017 e quatro pessoas estão respondendo por homicídio triplamente qualificado e formação de grupo de extermínio.
O júri popular está marcado começar às 8h no Fórum de Araguaína. Segundo o Ministério Público, nesta terça-feira (20) serão julgados apenas Rony Macedo Alves Paiva e Wanderson Silva de Sousa, pois os outros dois réus recorreram e aguardam decisões dos recursos.
A investigação apontou que o advogado foi morto por causa da uma disputa por uma herança de R$ 7 milhões. A morte teria sido encomendada pelo farmacêutico Robson Barbosa da Costa, de 32 anos. Ele era cliente do advogado e fazia parte em uma ação de inventário.
A investigação na época revelou que o crime foi executado pelo ex-PM Wanderson Silva de Sousa e o PM João Oliveira Santos Júnior, além de Rony Macedo, que seria um suposto pistoleiro.
Todos vão responder por crime de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. O g1 ainda tenta contato com a defesa dos réus.
Julgamento após cinco anos
O assassinato do advogado aconteceu há mais de cinco anos, mas a decisão de levar o caso a júri popular saiu ainda em 2018. Na época, o juiz do caso entendeu que três réus deveriam ser julgados, mas decidiu absolver Rony Macedo Alves Paiva por falta de provas.
O Ministério Público recorreu da decisão e o recurso foi julgado em 2020, quando a 1ª Turma Julgadora da 2º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins reformou a sentença de primeiro grau e decidiu levar todos a júri popular.
Na época o Tribunal também entendeu que o crime foi praticado por milícia privada ou grupo de extermínio. Com isso os réus, se condenados, poderão ter a pena aumentada até a metade.
Relembre o caso
Robson Barbosa da Costa, Wanderson Silva de Souza, Rony Macedo Alves Paiva e João Oliveira Santos Júnior foram indiciados pela Polícia Civil em novembro de 2017. O farmacêutico é apontado como mandante e os militares como executores.
Os investigadores apontaram que Robson tenha decidido matar Danilo após ele se recusar a participar de uma fraude. Danilo representava Robson na disputa por uma herança de R$ 7 milhões e não quis ajudar o farmacêutico a esconder parte do dinheiro dos outros herdeiros.
Conforme o MPE, o descontentamento de Robson ocorreu durante o acerto dos honorários advocatícios. Danilo ingressou com ação judicial cobrando a dívida e obteve decisão que o obrigou o farmacêutico a vender um caminhão para quitar a dívida.
A partir daí, Robson teria passado a arquitetar a morte de Danilo. Segundo o MPE, Rony Macedo Alves Paiva foi o intermediário que contratou os dois pistoleiros, Wanderson Silva da Sousa e João Oliveira Santos Júnior, para executarem o advogado. Pelo crime, os policiais receberiam R$ 40 mil.
O advogado teria sido atraído com o pretexto de que queriam fazer um inventário no valor de R$ 800 mil, além de imóveis e gado na região de Filadélfia. No dia 25 de julho de 2017, Danilo Sandes marcou encontro com militares entrou no veículo deles para que pudessem ir até Filadélfia. (G1 Tocantins)