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Alzheimer: dedicação de familiares ajuda na convivência com a doença.

Por GILVAN BALBINO CALÇADOS

04/01/2019 02:00h

Por Michelle Brasil

 

A ex primeira dama de Ananás, Sebastiana da Silva Leite conhecida como Bastianinha, foi diagnosticada com Alzheimer, doença degenerativa que não tem cura, e desde então, recebe cuidados especiais da família para lidar com o avanço da doença.

Com o tempo, a filha/neta da idosa de 85 anos, Fabiana Leite, notou a progressão de sintomas, como a falta significativa de memória. Para exercitar e estimular o cérebro de Bastianinha, Fabiana utiliza jogos educativos de palvras e de memórias.

"Minha avó precisa de cuidados praticamente 24 horas. O tratamento dela consiste no uso diário de medicamentos que melhoram a cognição e custam mais de 500 reais por mês. É muito apegada a sua filha Fabiana, que dedica sua vida aos cuidados dela. Outros membros da família, como a tia Sueli por exemplo, também ajuda, porém a vó é mais apegada a Fabiana. Quando a Fabiana viaja, ela chora muito. Por causa da doença, minha avó esquece dos filhos e dos netos. Vive me confundindo com a minha mãe.  Ela lembra muito do meu avô e da mãe dela. Às vezes ela esquece onde estar e pedi para ir embora para sua casa. A Fabiana sempre busca exercitar a mente da vó com os jogos de palavras de memórias", relatou a enfermeira Anne Caroliny que é neta de Sebastiana. 

Fotos e vídeos são grandes paixões de Bastianinha que é mãe de 15 filhos, vó de 39 netos, bisavó de 47 bisnetos e tataravó de 02 tataranetos. Recentemente, a idosa realizou um ensaio fotográfico emocionante com Nayuse Dias, onde buscou-se registrar a  personalidade, expressões, sorriso e o amor de Sebastiana luta junto com sua família contra o Alzheimer.

Em sua rede social, a fotógrafa Nayuse Dias disse que se sentiu  honrada e agradecida por fotografar uma modelo tão especial. "Sebastiana, “Dona Sebastiana” ou Bastianinha é assim que nossa modelo é conhecida. Ela tem 85 anos e mora com a filha (neta) Fabiana, na cidade de Ananás - TO. À uns dois anos ela convive com o alzheimer. Muitas vezes esquece nomes, palavras, pessoas. Mas a sua essência é a mesma, sempre doce, gentil e delicada. Fabiana cuida de Bastianinha como se fosse sua filha, já até presenciei ela chamar Fabiana de mãe rsr. A cumplicidade e afeto demonstrados me faz perceber o quanto é importante ter uma família que cuide com amor de pessoas que sofrem com essa doença. Me sinto muito honrada em poder registrar esse momento da vida de dona Sebastiana, que por sinal amou a experiência, amou poder segurar os balões e poder “dirigir” o fusca rsr. As fotos falam por si só... Veja o brilho de seus olhos nas fotos... Obrigada Fabiana por mais uma vez confiar em meu trabalho."

Para enfermeira Anne Caroline, além dos idosos que sofrem de Alzheimer, a família também é atingida e precisar estar unida e consciente de seu papel no tratamento do doente. "A família precisa estar preparada para as frustrações e perdas trazidas por esta enfermidade. Precisamos estar juntos! Cuidados, compreensão, dedicação e amor dos familiares ajudam na convivência e superação desta doença", disse a neta de Dona Sebastiana.

 

Sobre a doença

A doença de Alzheimer acomete sobretudo os idosos, é incurável e se agrava com o tempo. Os sintomas estão relacionados a perdas progressivas, tanto da memória como de outras funções cognitivas. Em estágio avançado da doença, a pessoa se torna totalmente dependente, não conseguindo caminhar, nem se alimentar sozinha. Com os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença, porem o tratamento pode ser farmacológico e não farmacológico.

No Brasil, o número de pessoas com a doença já atinge cerca de 1,2 milhão. Apenas metade delas se trata, e, a cada ano, surgem 100 mil novos casos. A estimativa é a de que esse número dobre até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer. Além disso, a cada duas pessoas com a doença, apenas uma sabe que a tem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até 2050 o número de casos aumente em até 500% em toda América Latina.

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